Saturday, July 25, 2009

thought adjuster

"Eu queimo os livros de minha bolsa, mas os versos escritos no meu ventre jamais serão esquecidos"

"A onda e o mar são Um"


Friday, May 01, 2009

SER LOUCO É SER SÃO

O mundo tem conhecido pessoas tão bonitas, tão loucas! Na verdade todas as grandes pessoas no mundo foram um pouco loucas – aos olhos da multidão. Suas loucuras tiveram expressão porque elas não eram miseráveis, elas não tinham medo da morte, elas não estavam preocupadas com o trivial. Elas estavam vivendo cada momento com totalidade e intensidade e, por causa dessa totalidade suas vidas se tornaram uma linda flor – elas estavam cheias de fragrância, de amor, de vida e de riso. Mas isso certamente fere milhões de pessoas que estão ao seu redor. Elas não podem aceitar a idéia de que você tenha alcançado alguma coisa que elas perderam; elas tentarão de todas as maneiras, torná-lo infeliz. A condenação delas nada mais é do que o esforço em torná-lo infeliz, para destruir sua dança, tirar a sua alegria – de medo que você possa voltar ao rebanho.

É preciso reunir coragem e, se as pessoas disserem que você é louco, divirta-se com a idéia. Diga a elas: “Você está certo, neste mundo somente pessoas loucas podem ser alegres e felizes. Eu optei pela loucura juntamente com a alegria, com o êxtase, com a dança; você optou pela sanidade com a angústia, com o inferno – nossas opções são diferentes. Continue são e pareça miserável; deixe-me só na minha loucura. Não se sinta ofendido. Eu não estou me sentindo ofendido por todos vocês – tantas pessoas sãs, equilibradas no mundo e eu não estou me sentindo ofendido”. É apenas uma questão de pouco tempo... Breve, uma vez que elas o tenham aceitado como louco, elas não o perturbarão mais; então você pode se revelar à plena luz com seu ser original – você pode abandonar todas as suas falsidades. Toda a nossa educação gera uma divisão em nossa mente. Temos que mostrar uma face para a sociedade, para a multidão, para o mundo – não será necessariamente sua face real; na verdade, não pode ser sua face verdadeira. Você tem de mostrar a face que as pessoas gostam, que as pessoas apreciam, que será aceita por elas – suas ideologias, suas tradições – e você tem de reter, para si mesmo, sua face original. Esta divisão se torna quase instransponível; porque a maior parte do tempo você está no meio da multidão, encontrando pessoas, relacionando-se com pessoas – muito raramente você está só. Naturalmente, a máscara se torna mais e mais parte de você, mais do que sua verdadeira natureza. E a sociedade cria medo em todo o mundo – o medo da rejeição, o medo de que alguém possa rir de você, o medo de perder a respeitabilidade, o medo do que as pessoas irão dizer. Você tem de se ajustar a todo o tipo de pessoas cegas e inconscientes, você não pode ser você mesmo. Essa é nossa tradição básica, até agora, no mundo inteiro: ninguém tem permissão para ser ele mesmo. No momento em que o outro está presente, você está menos preocupado consigo mesmo; você está mais preocupado com a opinião do outro a seu respeito. Quando você está só no seu banheiro, você se torna uma criança – às vezes, você faz caretas diante do espelho. Mas se de repente, você se da conta que alguém, até mesmo uma criança pequena, está olhando pelo buraco da fechadura, você imediatamente muda; você fica sério, sóbrio, como as pessoas esperam que você seja.

E a coisa mais impressionante é que você tem medo delas, e elas têm medo de você: todos temem a todos. Ninguém está permitindo que seus sentimentos, sua realidade, sua autenticidade se expressem – e todos desejam isso, porque é um ato muito suicida, continuar reprimindo sua face original. Sua responsabilidade é apenas com seu próprio ser. Não vá contra ele, pois é cometer suicídio, é destruir a si mesmo. E qual é o benefício? Mesmo que as pessoas o respeitem, e achem que você é um homem muito sensato, honrado, ilustre, essas coisas não vão nutrir seu ser. Elas não lhe darão nenhum insight sobre a vida e sua tremenda beleza. Você está só no mundo: você veio ao mundo só, você está aqui só, e você deixará este mundo só. Todas as opiniões alheias ficarão para trás; somente os seus sentimentos originais, as suas experiências autênticas acompanharão você até mesmo além da morte. Nem mesmo a morte pode tirar a sua dança, as suas lágrimas de alegria, a beleza do seu estar só, o seu silêncio, a sua serenidade, o seu êxtase. Aquilo que a morte não pode tirar de você é o único tesouro verdadeiro; e aquilo que pode ser tirado por qualquer um não é um tesouro – você está simplesmente sendo enganado. A sua preocupação exclusiva devia ser cuidar e proteger aquelas qualidades que você pode levar consigo quando a morte destruir seu corpo, a sua mente – porque essas qualidades serão seus únicos companheiros. Elas são os únicos valores verdadeiros; e as pessoas que as alcançam, somente estas vivem; as outras apenas fingem viver.

Fragmento do livro "Vida, Amor e Riso" - Osho